domingo, 4 de abril de 2010

RABISCO

“Tenha mais cuidado com você, não espere isso do outro. Você sabe das suas carências, das suas fases, das suas lacunas. O outro sabe das dele. Às vezes há o encontro perfeito, o encaixe. Em outras, há a mudança brusca pedindo outras conquistas, outras evoluções. Permita-se ser a nova pessoa que acorda todos os dias com mais sede de tudo... Permita-se conhecer a nova pessoa que se relaciona com você diariamente: com outra disposição pra vida, pro amor, pra relação. O problema não está em você: sua luz é própria, é imensa. O problema não é o amor: ele é o nosso grande e constante aprendizado. O problema só está no medo. A ferida só nos pede que cuidemos dela para que seja curada. E pra isso, é preciso olhar minuciosamente e com muito carinho pro lugar que está doendo.” [Marla de Queiroz]

A gente precisa ler tantos textos para perceber a falta de alguma coisa. E, ainda assim, não sabemos se é suficiente. Eu li que a solidão é o mal do século, acredito que o mal do século ainda é pior que isso. Talvez eu não sofra de solidão, talvez eu sofra apenas por instantes, ou eu sempre senti e não sei o que é não sentir.
A busca em esmaltes da moda, em roupas decotadas, diferentes, sandália alta, cabelo chapado não acaba nunca. Quando sente uma dorzinha no peito, quando falta um elogio, é batata! A gente gasta. Gasta dinheiro, mas gasta mais ainda tempo na busca por coisas fúteis e inacabáveis que no fundo, no fundo não tira nenhuma necessidade. È como uma droga que a gente usa e quando passa o efeito, volta tudo como era antes. O mal do século está por vir, mas antes as pessoas estão se afundando e correndo tentando alcançar alguma coisa que não se sabe o que é.
Não existe pessoas satisfeitas com o que tem. As mulheres de hoje em dia vêem vários esmaltes diferentes e compra toda a variedade, um não resolve. Quanto mais a gente ganha mais a gente gasta. É sempre mais e mais. Solidão. Mal do século. Esmalte colorido. Ganância. Falta de humildade.
Eu li esses dias como deixamos de alimentar amor, amizade, fraternidade. Uma vez conquistado não se preocupamos em demonstrar. O que seria um recado, um bilhete, um carinho que fosse para dizer a quem está do nosso lado, o quanto sentimos, o quanto gostamos. O tempo impede tanto sentimento. Tudo passa desapercebido e o mundo continua passando.
Eu só queria usar um esmalte ‘rendinha’ mesmo, colocar uma roupa confortável. Eu só queria que o frizz do meu cabelo fosse normal, que as pessoas não achassem feio. Eu só queria viver para sentir inteira comigo mesma e não ser os olhos de alguém. Eu só queria que o mal do século fosse excesso de amor e não a falta dele. Solidão.

Um comentário:

Tamillys e Amanda disse...

Olá Jay,
Seu blog é delicioso!
Tô encantada com todas as coisas linda que eu li até agora!
Estamos te seguindo,tá?
Visita o nosso tb.
Bjim ;)