segunda-feira, 11 de abril de 2011

NOVOS ARES


As pessoas ficam com vergonha de dizer que estão ficando mais velhas. Brincam que estão mais experiente, jovem e blábláblá. Veja o lado bom da velhice. O ser humano amadurece, aprende o que realmente é amor, o que e quem vale a pena, sabe separar pessoal do profissional, cria responsabilidade. Tem que trabalhar. Fala menos. Aprende a se relacionar melhor. Reconhece as pessoas com facilidade. Chora menos. Às vezes come mais. Ganha alguns quilinhos. Tem uma rotina ocupada. Preocupa-se com contas, filhos, casa. As escritora, por exemplo, escrevem menos da vida pessoal, passar a escrever das outras pessoas.

Eu quero fazer diferença. Já espelhei tantos relacionamentos que eu vejo por aí pra escrever aqui, também já usei do meu relacionamento. Fantasiei muito. Sofri de mentirinha pra escrever. E fui feliz de mentira pra escrever também. Só que chega uma hora que fica um pé no saco só falar de amor e amor e amor. Ta na hora de falar o particular, um sujeito, singular. Por que amor é sempre nós, plural e dois. Resolvi mudar. Quero escrever de inutilidades. Coisas boas. Escrever sobre cuidados que podemos ter para não ter rugas como ‘amar menos o outro’, tipo assim. Chega de fingir um sofrimento para escrever e ler por aí sofrimento alheio para sofrer também.

Agora é no particular, os 23 anos não comemorado aqui, este ano, chegou. Atrasado, mas veio, não com tanta experiência vivida, mas com uma cabeça renovada, com os pés no chão. Claro que não deixei de amar ninguém. E também não quero dizer que nunca mais vou sofrer, por que isso infelizmente faz parte da nossa vida, mas sabe o que é ser bem resolvida? Eu vou sofrer sim e vou procurar soluções rápidas e ocupação imediata para isso não se prolongar. Eu vou olhar no espelho e dizer que eu mereço ser muito feliz do que perder tempo sofrendo. A nossa vida está passando, vai ficar alimentando algum sofrimento compulsivo? Pra quê?

Já tive motivos suficientes este ano para querer mudar. E de uns dias pra hoje eu resolvi, eu aceitei. Não há dor que não seja controlada, nem sentimentos que não sejam restaurados. Com tanto motivo chegou a hora de aceitar o inaceitável e seguir em frente com mudanças, renovação com uma idade que Deus proporcionou eu viver. Dar valor as coisas simples e amar sem ter que sofrer ou sempre escrever sobre isso. Por que amor é indescritível. E está na hora de falar de outras coisas, viver outros ares, mudar a vida só não mudar as pessoas da minha vida, ainda.

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